segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Encardida


Te pergunto como vai
Você diz que com as pernas
Diz que não há nada mais
Além daquelas coisas velhas
Eu sorrio amarelo
Com a graça encardida
Seco a bolsa dos seus olhos
Estou de saída

 
 Mas meus passos pesam
Penam como se pensassem
Que o caminho oposto ao seu
É perda de viagem
Então me volto lentamente
Te alcanço num olhar
Você inerte me consente
Pode vir amar

Te pergunto como foi
Você diz que como sempre
Diz que não há nada mais
Bonito do que a gente
Eu sorrio escancarado
Com a coisa umedecida
Seco o gozo dos lencóis
Beijo sem despedida.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Par ou ímpar

Dispense qualquer par
que seja seu
Dispense qualquer par
que seja seio
Meu pé que vai te acompanhar
Seremos um casal ímpar

Devolva qualquer mar
que prometeu
Devore qualquer doce
beijo meu
Meu pão que vai te alimentar
Seremos dois infantes no recreio

Desfaça qualquer fé
de mal-me-quer
Descanse qualquer mão
em meu cabelo
Meu chá que vai te acalmar
Seremos três no mês de fevereiro.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Enguia


Espia só
Vê se pode
Tanta energia
Esse pó de tão
Viva magia
Na pose
Quase enguia
Escora
De tão esguia
A palma na porta
Pobre
O passo no piso
Podre
A boca
Riso de esquina
O porte parece
Acento
Agudo na poesia

domingo, 4 de novembro de 2012

Balança


Ansiedade, quilos a mais
Ansiedade, quilos a menos
Ansiedade, quilos a mais
Ansiedade, quilos a menos
Tranquilidade,
Estrias.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

TPM


O dia já estava ao meio quando ela chegou do cursinho. Subiu as escadas devagar para não agravar as cólicas. Ela tinha um ouriço de quatro quilos dançando frevo em seu útero. Isso era uma convicção.

Fazia calor. Ela entrou no quarto, tirou toda a roupa, abriu a janela e se deitou. Pela janela ela via o céu: muito azul com nuvens se fazendo e desfazendo rapidamente, pássaros voando e uma luz muito agradável. Sentiu paz. Divagou, quase dormiu.

De repente três punhaladas na barriga. A última contínua e intensa. Um fluxo “grosso” de sangue. Ela olha novamente o céu, as nuvens, os pássaros e pensa: Lá em cima deve estar um inferno! Frio de doer, vento forte... Pobres passarinhos que devem estar de asas doloridas numa altura dessa! E que coisa de retardado ficar olhando nuvem! Esse solão tá fritando meus olhos!

Ela coloca o travesseiro sobre o rosto, respira fundo, se levanta, se veste. Desce as escadas devagar para não agravar as cólicas. O céu era o inferno! Isso era uma convicção.

Inquietação


Não sei não ser voraz
Não sei não ser veloz
Não sei se sou sem voz
Alguém que algo faz

Talvez seria  hospício
Propício ao meu ódio
Insanidade é ócio
Em sã idade o cio

Não sei não ser voraz
Não sei não ser veloz
Não sei se sou sem voz
Alguém que algo faz

Talvez seria  hospício
Propício ao meu ódio
Insanidade é ócio
Não sei não dar um pio 


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Consumação

Um pedaço de giz
Como ela é bela
Sob os olhos
Do amor

Um pedaço de chão
Ele tem a tela
A terra e ela
Da mesma cor

Correm os traços
E cortam pedaços
O corpo e o cansaço
Se deitam no chão

Cobrem-se os lábios
Se untando em melaço
As pernas se afastam
E entregam unção

Consagração do amor!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Acusado de roubo e vandalismo é preso e morto em Timóteo


Um camundongo cinza, de aproximadamente 150g, popularmente conhecido como Rato, foi encontrado sem vida, preso a uma ratoeira hoje pela manhã numa residência em Timóteo.

Os moradores da residência que fica no bairro Recanto Verde em Timóteo, alegam que Rato regularmente invadia a casa e cometia furtos causando pânico à família. Contam ainda que os prejuízos gerados pelo meliante iam desde móveis roídos a alimentos impróprios para consumo devido à intervenção anti-higiênica do ladrão. Diante do cadáver de Rato na sala, a família confessa a autoria do crime.

Rato, de aproximadamente 3 meses de idade, vivia clandestinamente na residência da família Silva desde seu nascimento. A família permaneceu alheia a sua presença até que o camundongo manifestou seu instinto furtivo e destrutivo. Segundo relatos dos moradores, o pequeno ladrão não fazia questão de esconder as evidências, deixando marcas nos móveis e a dispensa devastada: “Senti medo, repulsa quando percebi que estávamos sendo alvo do abuso dele. Pior era não saber como ele tinha acesso à nossos bens e ainda perceber que ele fazia questão de jogar na nossa cara tudo o que nos roubava!” Lamentou Doreci dos Reis Pereira da Silva, matriarca da família.

Depois de presenciar rápidas aparições de Rato, num armário próximo à sala de estar, os moradores não tiveram dúvidas de que estavam lidando com um bandido inconsequente e perigoso. Temendo pela saúde e pela segurança de seus entes queridos, Celso Roque da Silva, o pai, foi quem propôs a captura e assassinato do camundongo: “Eu não aguentava mais, moro com cinco mulheres a histeria era quase insuportável quando este ladrãozinho invadia nossa casa. Decidi por fim a esta tortura.” Afirmou Celso.

Na noite de quinta-feira, 04 de outubro, Celso, diante de toda a família armou uma ratoeira e colocou nela pedaços de bacon para atrair Rato. Para a família, a frieza e os requintes de crueldade do ato parecem justas, diante do perigo que o camundongo oferecia. A ratoeira foi posicionada entre o armário onde Rato vivia e a entrada da sala de estar onde fazia suas aparições. O bandido caiu na armadilha durante a madrugada quando saia para furtar. Na manhã seguinte foi encontrado preso à ratoeira. Uma fratura no pescoço causou morte instantânea. Os moradores da casa respiram aliviados e torcem para não ter de enfrentar esse pesadelo novamente.

Língua Percutida

Pacto
Impacto
Intacto

Prá com tudo
Praticar com dom

Chilique chique
Chia cheio
De tiques

Prá com tudo
Praticar com dom

Dom de dar dó
Dó de dar
dim dim

Prá com tudo
Praticar com dom!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Adeus


Que Deus me valha
na hora do adeus
na hora dos lábios seus
agitando os nervos meus
Que Deus me valha
E me faça forte

E me dê a sorte
De me desprender
De me arrepender
De amar você
De me despedir
Despir
Repetir
E pedir
Perdão
E ir

À Deus!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Dezesseis (em construção)

Eu me lembro
Não faz muito tempo
Eu usava anéis
Em todos os dedos
Eu usava os dedos
Sem medo

No rádio era Gal
E eu dezesseis
Amava pra sempre
Um rapaz por mês

Parece imoral
Mas houve uma vez
Que de tanto amor
Eu amava três...




(continua)

domingo, 26 de agosto de 2012

Visita

Coração visitante veio ver
Os olhos, janelas do querer
Por noites, instantes
instável estante do saber
receita não há
que se possa ler
sem olhos fechados
ou comer
sem boca sedenta
de prazer


Amor não há sem se fazer
Voz que arrebenta sem doer
peito que aguenta sem poder
Arrebata mente, mete,  vê
Bate dentes, beija imprudente
Come corpo, bebe semente
Grita contente
Sorri demente
demais
de sofrer

domingo, 29 de julho de 2012

Diz

Diz aqui
A que veio
Diz aperta-me

Diz a pegue
Me deserte
Diz afia-me

Sua voz
Me diz a fina
Diz concerta-me

E diz corre
Sóbrio mundo
Que diz cobre em mim

Diz a mim
Aqui perto
E diz venda-me

Diz aparecer
À noite
Desalinha-me

Diz a linha
Sua e minha
Diz limite a mim

Diz pra mim
E diz parado
Vamos diz parar

De par
Em paz

domingo, 22 de julho de 2012

O traste

Até o caroço! Deve ser esse o pensamento do traste. Ele a enxerga como fruta no ponto e não pensa em chupá-la para lhe dar prazer. Ele quer todo o sumo pra se nutrir e não sabe plantar a semente.

Não interessa se haverá um amanhã ou frutos de um amor. Quando chegar ao caroço então acabou. Ele quer o grosso caldo, a macia polpa, o doce cheiro... Morde até a casca. Mas pra ele o caroço não tem proveito. Nas mãos do traste a semente é o fim!

Não sei como ela se submeteu tão burramente. Foi penoso vê-la tão desonrada. Esboço de tão linda mulher, mal se fez e já está desfeita. Seus limites estavam ultrapassados, sua ira fedia em seus poros. Mas o medo a condicionava a viver mal.

Dia desses ela o olhou nos olhos e o fez pequeno, bem como ele era. Disse tudo o que lhe cabia. Fez o que queria... Tudo ficou avesso.
O silêncio, mais afiado que a língua, veio na ponta da navalha.
Ele tentou lhe tirar a vida mas as mãos dela foram mais ágeis e mais precisas.

Um fio de coragem, lágrimas pelo chão, álcool, fósforo, paciência.

Não houve nada em seu coração, corpo e mente, senão desespero. Do desespero ficou a exaustão.
Ela repousou sobre o chão frio e seu corpo macio achou descanso. Ela desabou feito edifício velho. Estava podre e desgastada.

Subitamente uma força lhe toma. Tal desfecho foi a realização (revelação) de um desejo oculto. O fogaréu se acendia em seus olhos e lhe tocava como em uma orgia. O fogo era sua paz e seu prazer.

Antes que o dia amanhecesse, ela se levantou: Perfume, vestido de seda, cabelo trançado, brincos, olhos profundos.
A noite lhe convidava para vinho e solidão. As lágrimas se negavam a cair por ele.
Em seu rosto um sorriso veio levemente, estranhamente, lindamente.

Ao fim de cada dia, o peso de sua liberdade escorria pelo seu corpo feito água quente e espuma. A culpa se dissipava com o vapor. Ela se banhava em redenção, e tudo nela se resolvia em incêndio. Se acabava em fumaça.

Nua e crua Corinne

Sem firula, sem virtuosismo, sem performance, sem superprodução. O que Corinne tem a oferecer é orgânico.

Sua arte tem tanta verdade que constrange. Corinne canta com tudo o que tem e só ela tem. Por isso envolve e aprisiona. Algo como um perfume fechado, quente, suave que some no ar, mas marca a memória.

Corinne compõe sobre o assunto que melhor conhece: Sua vida, seus amores, seus temores. Fala sobre o amor da mãe, a relação com o marido (que faleceu há dois anos) fala de tardes regadas a azeitonas e champanhe, assistindo musicais antigos em preto e branco na companhia de seu marido nu.

Apesar de tocar guitarra, Corinne costumava fazer letra e melodia enquanto o marido harmonizava as canções. Ela, o marido e a música formavam um triângulo amoroso em perfeita harmonia.

Corinne não usa a beleza para seduzir o publico, e nem precisa: pouca maquiagem, corpo bem coberto, o que está à mostra é sua alma.
Sua extensão vocal é pequena, tem as mãos desajeitadas e não sabe se portar no palco.

Dentro de um limite comum a muitas mulheres que cantam razoavelmente bem, ela faz maravilhas: melodias muito originais, timbre peculiar, surpresas a cada nova frase que canta.

É romântica, no palco sua voz é instrumento de uma entrega, feita com doçura e plenamente. Tudo em sua arte é leve. Até a morte é leve. Ela canta a morte de seu amor dizendo: “Eu faria tudo de novo”. Em sua arte não há espaço para as misérias do coração.

Corinne canta blues, jazz, rock, faz cover de Led Zeppelin. E nada parece ser o bom e velho, o conhecido, o esperado. Corinne consegue se apropriar de qualquer coisa, de uma voz pequena, de uma alma grande, de estilos batidos, de músicas alheias e assim, despretensiosamente, se apropria dos corações que a ouvem.

Assista Corinne: 




Domingo em paredes sem quinas

As paredes do quarto vagarosamente se transformam em horizonte: Brancas, sem quinas, sem fim... Numa manhã recém-nascida sob o olhar inebriado de quem acorda, horizonte branco, tela onde se colorem (e se desbotam) pensamentos e devaneios.
Às vezes é o teto que se torna céu, e dança, e pesa, e cai sobre a cabeça. A paixão cria um universo onde tudo é, ou pertence, ou se parece com ele. Ele é o alvo, o sonho, ele chega até a ser ela. Ela em seu melhor momento.

O quarto é universo dele e dela, os olhos estão entregues à mente, a realidade é detalhe. Ela tem restos de maquiagem no rosto, as pernas doloridas, o sono genérico, leve ressaca, cheiro de ontem.
Coração apertado por todos os sentimentos sobre todas as coisas, querendo sua plenitude ao mesmo tempo. Coração trabalhando em regime escravo.
Ela não fuma. Mas às vezes precisa de um cigarro. O chocolate lhe traz alívio e prazer, mas cadê? O quarto ainda está mágico demais pra ser abandonado. Ela busca opções.

De volta à tela, o teto e as paredes sem quina. Ela precisa imaginar algo, alguém. Mas na tela só a imagem dele se colore. É irritante não poder controlar a ilusão. A mente dela é demasiadamente sincera e só pinta aquilo que (realmente, profundamente, independentemente) quer. Ela pousa as mãos sobre os seios, e os aperta como quem quer dizer: "sossegue coração!" mas seu coração e seus seios sugerem: "lembre-se do toque dele, bem aqui, bem assim".

Suspiro profundo, um longo espreguiçar, contagem regressiva, olhos fechados. Ela se levanta. Uma orquestra grudada em seus ouvidos, toca uma linda sinfonia com violinos que estranhamente melodizam o nome dele, o alvo. Ela ignora, busca a realidade, a cruel realidade do domingo que ela não vai viver. Seus olhos hoje estão em viagem. A alma não tem norte. A paixão a imobilizou. É tortura, é delícia, é amor.

Por causa dele, hoje ela só vai pensar. Por falta dele, vai penar.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Cantora triste

Ela traz o sonho nos olhos
Esconde os olhos na fronha
Mal dorme de tão tristonha
Chora de sono e acorda

Em seus acordes conta
O que pranteia em seu canto
Declama poemas prontos
Apronta e espalha encantos

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Te amo


Não te amo além
Nem apesar de tudo

Não te amo porque aquilo
Nem pra quê isso
Não te amo só assim
Nem por mim


Não te condiciono
Nem proponho


Te amo porque sim
Te amo por amor


Te amo
E fim!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Dança dos signos


Não me dê o céu de sua boca
inferno do meu corpo
Não me dê seu toque
ladrão de minha sanidade
Não alimente o fogo de meu signo
meu sangue é lava, incandescente
indecente, inconsequente, quente
Não se meta em minhas fendas
meus decotes, meus dotes
minha carne tem recortes
vermelhos, cor forte
e se inflamam como a morte
à menor brisa de sua boca
Não desfaça minha roupa
Não toque em minha armadura
Não faça de Áries um fraco
Nem leve Atenas à loucura
Não diga que me ama
que amor não se diz
Amor se  faz
feliz

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Negra Pele


Negra pele como a noite
Marcada de açoite
E cintilando a lua
No dorso
Que dança
Na mansa
Voz que acalanta
Os filhos coloridos
De amantes descorados
Escondidos
Forçados
Doídos
Negra sina de fêmea
Retina de estrelas
Alma gêmea
Gemido na madrugada
Vontade exasperada 
Fome de Adão
Fascínio do infinito
Segredo mais bonito
Do grito
Do mito
Imensidão 


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Amor perfeito (?)

A perfeição do seu amor até me fere
Um amor direto e reto,
Um amor certo
Protesto!

De puro tem o quê?
A mentira dos seu olhos
Ou verdade do seu silêncio?
Afinal quem é você?

A perfeição do seu amor até me fere
Um amor covarde
Sem menor intimidade
Amor que não arde

De amor tem o quê?
A doçura dos seus beijos
Ou frieza do seu corpo?

A perfeição do seu amor até me fere
Pois é sombra de outro amor morto
Projetada no meu corpo
Mais ou menos interessante
Mais ou menos importante
Mais ou menos impotente
Mais ou menos inconstante
Mais ou menos encostado
Mais ou menos amado

A perfeição do seu amor até me fere
Preciso resolver nossos  problemas
Preciso antes conhecê-lo(s)
Preciso antes de você.

Ou então me libere.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Flor

Pelas ruas canção
Passo que apressa
Olhar que presta
Atenção

Pelos cantos aflora
A flor que outrora
Anda, cantarola
Andarola

Pelas ruas um olhar
passo que atenta
olhar que penetra
paixão

Pelas ruas outrora
Olhar de poeta
Andar que penetra
Paixão

Pela flor que andarola
A  paixão aflora
O poeta penetra
E namora



terça-feira, 29 de maio de 2012

Meu amor


Entenda que eu não quis
Te amar erradamente
Amei tão de repente
Amei tão diferente
Amei você

Entenda que eu vi
Um quê de inconstância
Um raio de esperança
Maldade de criança
Eu vi você

Nós dois desesperados
Amando desalmados
Amor desperdiçado
Nós dois despedaçados
Nos vimos desgarrados
Nós dois apaixonados

Depois que o passado
De amor não é mais seu
De dor não é mais meu
De nós não é mais nada
Sou minha namorada
Sou só amor e eu

Meu amor

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O diabo não se veste

A branca Lua se veste
com vestido de prata
O diabo se despe de Prada

É mulher negra pelada


A Lua se míngua diante da peste
Beleza danada!
O diabo não se veste
Ela não veste nada

Olhares


Meu olhar não é clínico
É distraído, meigo, cínico
Meu olhar é tímido
Meu olhar lascivo
Te olha



Seu olhar eu não sei
Mas sinto
Seu olhar é vivo
Seu olhar, instinto
Me molha


domingo, 27 de maio de 2012

Tanguinho



Ah, quantas vezes
eu sonhei
em te olhar
Me espreguiçar
ao seu lado
todo dia
É magia que está em seu sorriso
em seu olhar que me diz
"olha você pode ser feliz"
Cair na rotina
de te conhecer
Me eleva o desejo
de envelhecer
Ao seu lado
Eu sonhei em estar
Ao seu lado
eu amei, vou amar
ao seu lado
Eu sonhei mergulhar
Mergulhar em seu sorriso
em seu olhar que me diz
"olha você pode ser feliz"

sábado, 12 de maio de 2012

Estrelas no chão


Os raios de sol fazem a poeira brilhar
E em pleno dia
Há estrelas no chão
No sótão
Na boca do violão
No sonho há muito guardado
Num case de couro rasgado
Na boca do violão

Cobertor velho


Um cobertor velho
Com cheiro de infância
Surrada mesmo
Brincada na terra vermelha
Um cobertor velho
Com cheiro de amaciante
Surrado mesmo
Amantes a noite inteira

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sua

Joga teu laço
Me captura
Me domina
Com teus olhos
Me controla
Na cintura
Eu me rendo
Eu me prendo
Minhas asas
São pintura
Eu me acabo
Por ser sua
Eu me acabo
Por ser
Sua

sexta-feira, 9 de março de 2012

Juro

Beirei tantos abismos
Andei sobre a corda bamba
Quis tudo com toda gana
Quis tudo todos os riscos

E eu que caçoava das bestas
E eu que espalhei vantagens
E eu que banquei a viagem
E deixei que me tragassem

Minhas dívidas tão grandes
Em prestações me consumiram
E eu juro, eu morro antes
Que hoje me vejam
Como ontem viram...